Escolha Inteligente
As 7 desvantagens dos carros usados importados

A compra de carros importados usados está a crescer em Portugal, acompanhando, assim, uma tendência europeia. Com a redução da oferta de carros novos e preços mais apelativos no mercado de usados, muitos portugueses optam por veículos estrangeiros.

Mas esta escolha - que à primeira vista pode parecer vantajosa - pode esconder riscos muito significativos. Emissões poluentes, históricos duvidosos, custos inesperados e processos burocráticos complexos são apenas algumas das armadilhas a considerar.

Em 2024, as matrículas destes veículos aumentaram 33,7%, em relação ao ano anterior. A idade média destes veículos é de oito anos e quase metade (44%) têm motor a gasóleo. Estes dados, divulgados pela ACAP - Associação Automóvel de Portugal, levantam, sem dúvida, preocupações ambientais e de fiabilidade.

Neste artigo, destacamos as principais desvantagens associadas à compra de carros importados usados - uma decisão que, em muitos casos, pode comprometer a sua segurança e a gestão orçamental:

1. Histórico do veículo nem sempre fiável

Uma das maiores desvantagens dos carros importados usados é, certamente, a dificuldade de acesso ao histórico completo do veículo. Em muitos casos, não é possível saber com rigor se o carro teve acidentes, que manutenções realizou ou se houve adulterações na quilometragem. Em alguns mercados, como, por exemplo, a Alemanha, há carros à venda que foram originalmente matriculados noutros países. Naturalmente, isto dificulta ainda mais o rastreio da informação. Este desconhecimento pode esconder problemas mecânicos graves ou reparações mal executadas. Por conseguinte, o comprador corre o risco de adquirir um veículo menos seguro ou mais propenso a avarias.

2. Custos de importação e legalização

Importar um carro usado implica custos que vão além do preço anunciado. Entre transporte, legalização (incluindo a atribuição de matrícula), impostos e inspeções, o valor final pode, decerto, aumentar substancialmente. Em Portugal, o processo envolve o pagamento do Imposto Sobre Veículos (ISV), assim como taxas de registo, custos de homologação, inspeções técnicas e, em alguns casos, o Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA). Além disso, importa considerar a burocracia associada ao processo, nomeadamente a necessidade de reunir documentos obrigatórios — como o Certificado de Conformidade Europeu (COC), os registos do país de origem ou a fatura de compra. Tudo isto pode revelar-se bastante moroso, complexo e envolver despesas inesperadas.

3. Garantia limitada ou inexistente

Ao contrário dos carros adquiridos em stands nacionais ou concessionários autorizados, os carros importados usados podem não incluir qualquer garantia ou oferecer apenas uma cobertura muito limitada. Em muitos casos, a garantia de fábrica não é válida fora do país de origem. Consequentemente, qualquer problema que surja terá de ser resolvido a expensas próprias. Esta ausência de proteção é especialmente crítica quando surgem falhas mecânicas ou eletrónicas pouco tempo após a compra.

4. Manutenção e peças mais específicas

Muitos carros importados usados apresentam modelos, versões ou especificações incomuns (ou mesmo inexistentes) no mercado nacional. Isto dificulta a obtenção de peças de substituição, obrigando frequentemente à sua encomenda no estrangeiro — com custos e prazos de entrega significativamente mais elevados. Além disso, alguns veículos requerem ferramentas ou conhecimentos específicos para manutenção e reparações. Isto limita, inegavelmente, as oficinas capacitadas para intervir nestes modelos, tornando a manutenção potencialmente mais dispendiosa.

5. Seguros mais desvantajosos para carros importados usados

Os seguros para carros importados têm, frequentemente, prémios mais elevados, sobretudo nos casos em que o modelo é menos comum ou com custos de reparação mais avultados. Além disso, algumas seguradoras impõem restrições, exigem documentação adicional ou oferecem coberturas reduzidas. Por isso, é essencial verificar, antes de fechar negócio, se a sua seguradora cobre o modelo em causa e qual o custo real do seguro.

6. Risco de desvalorização acentuada

Ainda que, à partida, possa parecer uma compra vantajosa, optar por um carro importado usado pode desembocar numa grande desvalorização no momento da revenda. Aliás, o simples facto de se tratar de um veículo importado pode afastar potenciais compradores, sobretudo quando não existem garantias sólidas quanto à sua origem e ao seu historial completo. Se planeia revender o carro num prazo médio ou curto, este é, de facto, um fator a ponderar cuidadosamente.

7. Adaptação às normas locais

Nem todos os carros importados usados chegam ao país prontos a circular legalmente. Afinal, pode revelar-se necessário fazer alterações técnicas para garantir a conformidade com as normas de segurança e de emissões em vigor. Isto traduz-se, inevitavelmente, em custos adicionais — tanto com a adaptação como com a validação técnica exigida pelas autoridades portuguesas. Estas modificações podem incluir, por exemplo, ajustes nos faróis, no sistema de emissões ou alterações no velocímetro e no sistema de infotainment, assegurando o cumprimento da legislação nacional.

Por todos estes motivos, comprar carros importados usados pode parecer um bom negócio, mas há múltiplas ameaças a ponderar. Os custos ocultos, a dificuldade de acesso a informação fiável ou os desafios técnicos e legais tornam esta decisão particularmente arriscada.

Nesse sentido, se está a considerar esta opção, é fundamental informar-se devidamente, recorrendo a especialistas do setor. Opte pelos carros usados certificados da Ayvens, com histórico transparente, garantia e assistência especializada. Faça um investimento seguro!